domingo, 10 de novembro de 2013

Análise de projeto ambiental na escola
Letícia Silva FERREIRA[1]
Introdução
Para que se trabalhe a Educação Ambiental nas escolas, há que se atentar para que o trabalho também se volte para a diversidade. As ações dos professores ou membros da comunidade escolar irão depender muito do público a que se destinam, e essa aproximação se faz necessária visto que não existe um padrão que se aplique a todos os envolvidos. Segundo o inciso VIII, artigo 4º, Capítulo I da Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, um dos princípios básicos da Educação Ambiental é o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural, ou seja, temos enquanto educadores ou formadores, que reconhecer em ambiente escolar ou não, a existência de diversos grupos sociais, econômicos e culturais para que se pense em uma educação efetiva voltada para os interesses e vivências desses grupos, afim de se alcançar os objetivos propostos pela Educação Ambiental.
Partindo-se então da concepção de que se faz relevante o tema Educação Ambiental na Diversidade, um bom Projeto de Educação Ambiental, seria aquele que se insere naturalmente entre o público alvo causando o mínimo possível de “estranhamento”, sem que esses envolvidos se sintam incomodados com sua realização, muito pelo contrário, que se sintam atraídos pela proposta a ser trabalhada.
Seguindo a concepção adotada  pela PNEA sobre os processos de educação ambiental em que o “o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida a sua sustentabilidade” propõe-se  neste trabalho a análise de um projeto do qual pude participar e colaborar enquanto professora da escola em questão, onde escola e comunidade se uniram em prol de uma causa indispensável à melhoria ambiental de nossa sociedade.

A experiência
Durante aproximadamente 2 meses deste ano de 2013 a Escola Estadual de Macuco de Minas passou por um projeto de Educação Ambiental que embora não tenha tido seu caráter explicitado quanto à diversidade, obteve grande sucesso visto que atingiu os objetivos propostos adequando-se a todo momento à realidade dos alunos e famílias envolvidas.
O projeto começou a partir de uma parceria com a COPASA  das cidades de Lavras-MG e Itutinga-MG com a proposta de um trabalho voltado para a conscientização dos alunos e comunidade local acerca da importância do destino dado ao óleo de cozinha após usado.
A situação-problema foi colocada para todos os alunos da escola (de 6 a 17/18 anos) adequando-se a todo momento aos seus níveis de escolaridade onde foram levados a pesquisar entre suas casas e de seus familiares ou vizinhos, sobre o que era feito ao óleo que utilizavam em suas casas quando o consideravam inadequados ao uso.
Obtivemos variadas respostas dentre as quais destacam-se fabricação de sabão, despejo em buracos no solo, despejo em vasos sanitários, despejo em bueiros etc. Porém, durante a realização desta primeira etapa, observou-se outra questão emergente na comunidade local: o destino dado às garrafas pet, pilhas e baterias de celulares, latinhas etc.
Desta maneira, ampliou-se o projeto para que o trabalho se fizesse mais completo e abrangente.
Durante os meses de realização do projeto os alunos puderam participar de mobilizações, aulas dialogadas acerca do manejo do lixo reciclável, oficinas de reciclagem, palestras oferecidas pelos funcionários da COPASA e uma série de atividades escolares voltadas para a conscientização dos mesmos.
A culminância ocorreu ao final dos dois meses com uma gincana onde os alunos de todos os níveis foram divididos em equipes que tiveram que cumprir determinadas tarefas quais sejam: juntar o maior número possível de garrafas pet, pilhas e baterias de celulares, litros de óleo e latinhas de alumínio. Neste contexto, venceria a equipe que juntasse o maior número possível destes itens e conseguisse cumprir algumas tarefas no dia final.
Foi muito interessante observar o envolvimento da comunidade escolar, dos alunos e das famílias locais. O clima de brincadeira tomou conta da escola nestes meses e todos trabalhavam com um mesmo propósito: ganhar a gincana!
Muito material foi coletado e foi de suma importância para as crianças a realização deste projeto, todos os dias chegavam com sacolinhas com garrafas vazias, tampinhas de garrafas, latinhas e litros de óleo.
Este caráter lúdico do projeto foi fundamental para sua realização e concretização com sucesso. Até hoje os alunos da escola comentam e perguntam quando poderão participar de outra gincana.

Conclusão
Os objetivos propostos pelo projeto referiam-se à integração da escola e comunidade, conscientização ambiental, formação de cidadãos conscientes quanto à preservação ambiental, retirada do maior número possível de resíduos sólidos do ambiente e conscientização quanto ao destino dado ao lixo reciclável.
Desta forma o projeto alcançou seus objetivos sem que se impusesse para os alunos e comunidade uma obrigação desgastante e penosa de ser cumprida, fazendo com que um dos principais princípios do PCNs fossem evidenciados:
“mostrar a importância da participação da comunidade na escola, de forma que o conhecimento aprendido gere maior compreensão, integração e inserção no mundo; a prática escolar comprometida com a interdependência escola-sociedade tem como objetivo situar as pessoas como participantes da sociedade – cidadãos – desde o primeiro dia de sua escolaridade;”

Somos participantes de uma sociedade em que o consumo desenfreado pouco contribui para a preservação do meio ambiente e uma maneira de se trabalhar, amparados na legislação vigente, é a não transformação da temática em disciplina, inserindo-a no cotidiano dos alunos em forma de projetos de ensino como este realizado pela escola, onde a Educação Ambiental apareça como algo inerente à formação do cidadão consciente, de maneira prazerosa e comprometida ao mesmo tempo.

Referências
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm>. Acesso em 3 de novembro de 2010.

Educação Ambiental: Curso Básico a distância - Educação e Educação Ambiental II. MMA, 2001

Frade, Elaine das Graças. Pozza, Adélia Aziz Alexandre.   Educação ambiental na diversidade : guia de estudos / Rosângela Alves Tristão Borém. – Lavras : UFLA, 2010. 83 p.

Parâmetros Curriculares Nacionais – Meio Ambiente http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/meioambiente.pdf

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[1] Graduação em Pedagogia, Especialização em Educação Ambiental pela Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, Brasil. E-mail da autora: leticiaas1982@gmail.com
Tutora: Carla Saraiva Gonçalves

domingo, 13 de outubro de 2013

Populações tradicionais em Unidades de Conservação: Problema ou solução?
Após a leitura de dois importantes artigos propostos pela disciplina Tendências Pedagógicas da Educação Ambiental, do Curso de Especialização em Educação Ambiental oferecido pela Universidade Federal de Lavras, pude adotar uma postura diante do dilema a que se chega ao se pensar na permanência ou não de populações tradicionais dentro de Unidades de Conservação Ambiental, as UC’s.
Intitulados respectivamente Correção política e biodiversidade: a crescente ameaça das “populações tradicionais” à Mata Atlântica e “Populações tradicionais” e a proteção dos recursos naturais em unidades de preservação, os textos se propõem a discutir a importância da conservação ambiental porém, com enfoques diferentes.
No primeiro texto os autores explicam quando, como e o que fazem estas populações dentro das unidades em que vivem, opondo-se completamente à presença destas populações em UC’s encerrando suas explanações históricas e cronológicas, propondo uma realocação destes povos em áreas cujas suas práticas não venham a prejudicar o meio ambiente.
Já no segundo texto, o autor reconhece a importância de muitos desses povos para a preservação de alguns ecossistemas, que no primeiro texto teve esta prática reconhecida somente por parte dos Xavantes.
Acreditando que tudo deve ser medido e analisado por parte de todos os que defendem ou não a presença de povos tradicionais em UC’s e, como educadora que acredita ser a educação um bom caminho para solução de todos os problemas sociais, há que se pensar que estas pessoas são acima de tudo seres humanos, passíveis de falhas e acertos.

Surge neste ponto a possibilidade de um trabalho efetivo junto aos que perderam a essência do que é preservação. Na realidade perderam sua própria essência quando observam que suas práticas culturais não os satisfazem enquanto sujeitos das comunidades em que vivem. Nosso olhar deve ser voltado para a Educação Ambiental destes povos visando a preservação ambiental das áreas ocupadas garantindo desta forma a existência de gerações futuras em nosso planeta, ou seja, formar cidadãos conscientes de seus papéis no ambiente em que vivem.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013



Gente...Acredito na educação do ser humano para viver em um mundo melhor. Estas fotos tirei na CNEC de Uberaba-MG. Olha só o que as crianças desde a pré-escola podem usufruir. Não tem preço!!!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Iniciando atividades no blog Semear...
Esta será uma importante ferramenta de compartilhamento entre os colegas da área da educação que acreditam em um mundo melhor!
Abraços,
Letícia